segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Família- Os pais e o egoísmo dos filhos

Quando os filhos já são jovens adultos, ou seja, ultrapassaram os dezoito anos, muitos pais ficam surpresos com o exagerado egoísmo demonstrado por seus filhos.
Gastam o dinheiro da mesada ou do salário com compras particulares, de roupas e outras coisas, que servem apenas a si próprios. Não se preocupam em auxiliar as despesas da família.
Não medem despesas com o carro, mas só para as suas necessidades, entre elas festas e baladas, ficando furiosos quando lhe pedem o carro emprestado.
Abarrotam o quarto com roupas, calçados, objetos os mais diversos, e dizem que, mesmo não mais os utilizando, eles devem ficar onde estão, pois dar para quem precisa é coisa de otário.
Criticam a vida de familiares e amigos, mas ai de quem ousar em reclamar alguma coisa deles mesmos, partindo muitas vezes para a agressão para defender os seus direitos.
Diante desses quadros, dos quais só retratamos alguns, os pais se perguntam onde erraram na educação dos seus filhos. Como podem eles demonstrar tanto egoísmo se tudo foi feito para que se tornassem bons e honestos?
E, diante dessa pergunta, logo vem o autodesculpismo: é a índole má que, se antes não demons-trava, agora, adulto, coloca para fora, mostrando o que ele é realmente. Só esperava o momento e as condições propícias para eclodir. E arrematam: também, com toda essa má influência dos meios de comunicação e dos grupos sociais, não há mesmo como a educação dada pelos pais prevalecer.
Sem dúvida que uma má índole pode permanecer por um bom tempo encoberta, camuflada, para despontar, ou melhor, para se mostrar por inteira apenas quando o indivíduo se sente seguro de si mesmo, o que muito ocorre quando ele chega na juventude. Entretanto, é bom lembrarmos que os pais são os responsáveis pela formação moral dos seus filhos, cabendo-lhes prevenir futuros desvios através da educação.
A má influência proporcionada pelos meios de comunicação ocorre, e muitos são os jovens que se deixam enganar por propagandas tendenciosas, por filmes e também programas televisivos que defendem valores negativos, mas os meios de comunicação como jor-nais, revistas, rádio, tevê, cinema, internet possuem também o seu lado de influência positiva, assim creditar a má índole do seu filho exclusivamente ao poder da mídia é limitar demais a possível causa. E não compete aos pais acompanhar e trabalhar essa influência?
Mas, e os grupos sociais? Não são eles muitas vezes perniciosos para a formação do caráter do jovem? Não é a influência do meio que arrasta para as drogas, para as bebidas, etc? Se assim fosse, com exclusividade, deveríamos trancar nossos filhos em casa, não permitindo sequer sua freqüência à escola. Mas nenhum pai, em sã consciência, irá defender essa atitude. É a educação que deve mostrar aos nossos filhos o bem e o mal, que deve fazer com que desenvolvam o senso moral, sabendo escolher os verdadeiros amigos. Esse trabalho é responsabilidade dos pais.
Enfim, percebemos que as influências externas exis-tem e nem sempre são positivas, e que uma pessoa pode camuflar seu verdadeiro caráter por muito tempo, pelo menos ostensivamente na frente dos outros, mas compreendemos que nenhum desses fatores é decisivo para explicar o que são nossos filhos, agora adultos.

Bruno Zaminsky

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