quarta-feira, 12 de novembro de 2008

crime em familia

Filho dispara 40 vezes e mata pai em S. José
Crime na Vila Rossi abala a cidade; rapaz se entrega à polícia logo após a execução, mas não revela motivo do assassinato
São José dos Campos
Pedro Ivo PratesO auxiliar técnico Roberto de Oliveira Silva, 23 anos, executou seu pai a tiros na Vila Rossi, na região norte de São José dos Campos. Após disparar 40 tiros, Silva ligou para Polícia Militar e ficou ao lado do corpo aguardando para ser levado à delegacia.
O crime aconteceu anteontem na rua Tuiuti, onde o pai de Silva, o funileiro Reinaldo Ferreira, 50 anos, morava sozinho. Silva trabalhava no CTA (Centro Técnico Aeroespacial) e é considerado por amigos e parentes como sendo uma pessoa de conduta normal.
Segundo o delegado do 4º Distrito Policial, André Luiz Fernandes, Silva estava abalado e não quis comentar o motivo que o levou a matar o próprio pai. "Ele confessou o crime, mas disse que não falaria sobre o que o levou a fazer isso."
O delegado suspeita que o crime possa ter sido motivado por vingança de maus tratos. Segundo testemunhas, o pai de Silva era alcoólatra e usuário de drogas e --mesmo separado da família há mais de um ano-- continuava procurando a ex-mulher para agredi-la. Para o delegado, essa atitude teria revoltado o filho.
Ferreira foi morto com tiros de pistola 380 semi-automática, com capacidade para 13 tiros. No local, a polícia encontrou 40 cápsulas de balas deflagradas. Para atirar tantas vezes contra o pai, Silva teria carregado a pistola quatro vezes. Segundo o delegado, pelo menos 20 tiros atingiram a vítima.
Silva foi preso em flagrante e indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar). A pena prevista para o crime é de 6 a 20 anos de prisão. Ele foi levado para o Cadeião do bairro do Putim.
TENSÃO - Ontem, o clima na rua onde morava Ferreira era tenso. Os vizinhos temiam falar sobre o assunto e diziam que o pai de Silva ficava agressivo quando estava bêbado.
Os vizinhos também ressaltaram a integridade do acusado.
Ferreira foi enterrado ontem no cemitério do centro da cidade. A mulher e a filha mais nova da vítima acompanharam o enterro, mas não quiseram comentar o caso.
"Essa história é muita longa e a gente sabia que mais cedo ou mais tarde ia acabar assim", disse o cunhado da vítima, que não quis se identificar. Ele estava tremendo e confirmou que pai e filho não se devido aos vícios de Ferreira.
Silva, a mãe e a irmã estavam morando na casa de um parente no bairro Alto da Ponte, também na região norte.
Vale do Paraíba, sábado, 27 de março de 1999Copyright © O ValeParaibano 1999

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