quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Por um jogo,vale a pena matar seu pai?

Filho mata pai por não assistir ao jogo

Um homem estrangulou e matou o pai na tarde de ontem, em João Pessoa, na Paraíba, por não poder assistir ao jogo da Seleção Brasileira pela televisão. Roberto Carlos Guedes da Silva, 38 anos, teria ficado com raiva porque precisaria de uma extensão elétrica, que estava sendo usada por sua irmã.

Segundo a polícia, a extensão estava sendo usada pela irmã de Roberto Carlos para passar roupa. Irritado, o acusado, aos gritos, deu um chute na estante, derrubando a televisão. O pai, o aposentado Pedro Guedes da Silva, 72 anos, então, foi tomar satisfação e acabou trocando tapas com o filho. Pedro Guedes pegou um pedaço de pau para se proteger, enquanto seu filho segurava um gargalo de garrafa de cerveja. A irmã tentou apartar a briga, mas não conseguiu. Roberto Carlos deu uma "gravata" no pai, estrangulando-o.

Após o crime, o acusado foi preso em flagrante e se encontra na 4ª Delegacia Distrital, no Conjunto Ernesto Geisel.

FONTE: JB ONLINE
POSTADO POR: VANESSA RORIZ

Inventem-se novos pais!

Após um início algo simples, onde as únicas tarefas são educar a dormir e a comer, eis que surge aquela que será, provavelmente, a fase mais importante e mais difícil dentro da primeira infância. Entre o ano de idade e os dois anos (dependendo de cada criança, como tudo isto do crescimento), surge aquela fase por vezes denominada de primeira adolescência. Normalmente coincide com a fase em que a criança começa a mover-se pela casa, seja de gatas ou já de pé, tendo um raio de acção maior. Aqui, deixa de ser um ser passivo imóvel, passando a ser um ser activo que, progressivamente, chega a todo lado. É nesta fase que florescem os chamados destruidores de telemóveis e comandos de televisão. Também neste caso, fartei-me de ouvir a sorte que tínhamos, pois a nossa Alice não mexia nos comandos de televisão, nem nos telemóveis, nem em todos os objectos que estavam ao seu alcance nos quais não estava apta a mexer. Isto, apesar de todos estes objectos terem mantido o seu lugar original, anterior ao aparecimento da Alice.
Em relação a este ponto específico, o educar as crianças no que concerne aos objectos nos quais podem ou não mexer, muita coisa pode ser dita. Conheci casos de casais que escolheram retirar os objectos do alcance da criança, para evitar que ela mexesse nos mesmos. Inicialmente parecia um bom plano, mas teve alguns maus resultados. Primeiro, não se podem manter todos os objectos em locais inacessíveis às crianças, pois estas crescem e, progressivamente, todos os locais inacessíveis perdem essa qualidade. Mais tarde, não estando as crianças já educadas neste ponto, o trabalho é muito maior, pois quanto mais velhos, mais difícil é inculcar aprendizagens nas crianças, acho eu. Por outro lado, mais tarde ou mais cedo, os casais saem de casa com as crianças, seja para outras casas, seja para outro local qualquer onde existem objectos nos quais os pequenos não poderão mexer. Como não lhes foi facultada esta aprendizagem, facilmente se pode adivinhar o resultado. Tendo em conta todos estes factores, penso poder concluir que esta é, regra geral, uma má opção.
O maior erro que, por vezes, observo neste ponto específico da educação das crianças é o de acreditar que ainda são pequeninos, que não entendem. O pior que se pode fazer é subestimar as capacidades das crianças. Quando pensam que a criança já tem a idade suficiente para aprender, eis que já é tarde de mais, pois a criança, grande parte das vezes, já aprendeu exactamente o contrário daquilo que seria necessário ter aprendido. E, acontecido tal facto, para a criança não é uma simples nova aprendizagem, mas a perda de direitos já adquiridos. Por exemplo, é difícil que uma criança compreenda que não pode mexer no telemóvel, quando até então tal lhe era permitido sem qualquer problema.
Poderíamos, por outro lado, pensar que tais aprendizagens se tornam desnecessárias, pois mais tarde eles saberão usar todos os objectos em causa sem os danificar, logo, é uma questão de ter paciência durante, no máximo, dois anos, e que o problema em causa cessa. No entanto, neste caso, a liberdade dos pais em sair com os filhos para algum lado diminui, pois torna-se desagradável estar num local estranho onde os nossos filhos mexem em tudo perante o olhar chocado e reprovador dos restantes adultos. Assim, observam-se hoje muitos casais que praticamente não saem com os seus filhos, remetendo-se aos seus lares ou arranjando quem fique com eles para que possam sair. Nem vou perder tempo a dissertar sobre os malefícios de tais costumes, seja para o núcleo familiar, seja, sobretudo, para as crianças em causa. Tenho um maior respeito por aqueles casais que, apesar de manifestamente terem falhado na educação dos seus filhos em relação ao ponto em causa, saem com os seus filhos, nunca deixando de ir seja para onde for devido ao facto dos seus educandos demonstrarem os comportamentos acima citados. No entanto, por norma, estas saídas mostram-se esgotantes para os pais, pois estes têm que estar constantemente “em cima” dos seus filhos, resolvendo os problemas por eles criados e ralhando com os mesmos. Por outro lado, para quem priva com estes casais, essas situações são, normalmente, igualmente enervantes e esgotantes. E, infelizmente, perante tais factos, muitos pais optam por fazer de conta que não vêm o que os seus filhos estão a fazer de errado, para terem um minuto de descanso. Tendo em conta tudo isto, podíamos quase concluir que, se nos mantivéssemos em casa com os nossos filhos, o maior tempo possível, nesta fase do seus crescimento, poderíamos permitir-lhes mexer em todos aqueles objectos, pois com o tempo esse problema cessaria, e ninguém sairia prejudicado, era uma simples questão de paciência. Pessoalmente, por muito que muita gente queira acreditar em tal facto, discordo com o mesmo em completo, senão vejamos. Neste caso, das duas uma: ou ralhamos com os nossos educandos quando eles mexem onde não devem, mas não os castigamos se o continuarem a fazer, mostrando-lhes, porém, que o comportamento está errado; ou deixamos que eles mexam em tudo à sua vontade, não ralhando. Não sei qual das opções poderá produzir mais estragos. Na primeira está em causa a noção de autoridade. Não é por acaso que muitas crianças, hoje em dia, têm dificuldade em lidar com a autoridade sobre elas exercida (para exemplificar este facto, de forma extrema, posso usar os alunos de uma turma da minha cara-metade, que lhe disseram que quem obedece são os cães, não é suposto usar tal palavra nos seres humanos, tendo a minha rapariga, perante tal facto, reflectido com os alunos sobre a noção de autoridade e obediência). Quando uma criança com pouco mais de um ano, mexe onde quer, os pais ralham por isso, mas é-lhe permitido continuar a fazê-lo sem qualquer tipo de consequência, que aprendizagem poderá obter essa criança com tal facto? É uma porta aberta para a total falência da autoridade dos pais que, a partir desse ponto, ir-se-á diminuindo, até ao ponto em que se sente que quem detém a autoridade é essa mesma criança, que é ela quem decide tudo na sua vida (e na dos pais!), sem que tenha qualquer maturidade para tal. No segundo caso, em que não se ralha com as crianças, não recriminando o acto, a questão da autoridade não fica beliscada, mas acredito poder surgir outro problema, que poderá ser mais complicado de suavizar: a noção de propriedade. Uma criança que pode mexer sempre em tudo aquilo que quer, poderá sentir que tudo lhe pertence (ideia filosoficamente interessante, mas na prática incómoda), o que, fora de casa, se transforma num problema. Para além dos danos que possa causar nos pertences dos seus pais, tentemos imaginar um criança assim educada em casa de conhecidos ou estranhos.
Tendo em conta todos estes factos já apontados, espero, o mais breve possível, reflectir e escrever, num texto posterior, sobre o que aconteceu connosco e com os nossos filhos. Até lá, espero contribuições para esta reflexão, seja a reforçar o que escrevi até agora, seja a refutar esses mesmos argumentos.

André pacheco


FONTE: EDUCAPORTUGAL

POSTADO POR: VANESSA RORIZ

Caso Richthofen

“Assassinato violento do engenheiro Manfred von Richthofen e sua mulher, a psiquiatra Marísia, ocorrido em São Paulo em novembro de 2002, planejado pela filha, Suzane, de 19 anos, com o auxílio do namorado Daniel Cravinhos e do irmão deste. O caso, ainda em julgamento, chocou a opinião pública pois a família não tinha problemas financeiros, a filha estudou em um dos melhores colégios da cidade, falava 3 idiomas, era estudante de direito numa boa faculdade, e seus pais, pelo que se sabe, eram preocupados com o futuro dos filhos e procuravam estar presentes no dia-a-dia deles (há um filho mais novo, Andreas). O motivo alegado foi a proibição do namoro com Daniel, rapaz problemático. Os dois eram viciados em maconha.”




Postado por: Lara Carvalho

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Relação - Pais e FIlhos

Relação pais e filhos
Se existe uma questão candente em toda a sociedade, esta questão é a da educação dos filhos, que traz com freqüência debates na mídia e inquietações de todos os lados. Dos pais que vivem a angústia de não saber como educar seus filhos e de como colocar limites, dos educadores que passam a maior parte do tempo convivendo com essas crianças e dos próprios adolescentes que apresentam um conflito vivo entre o desobedecer e o transgredir.
A educação inicial se dá na família, mais também pode ser realizada na comunidade, por isso se torna muito importante essa interação entre os primeiros educadores e a sociedade. Existe uma troca que deve ser bem definida para produzir efeitos. Portanto, este artigo visa criar reflexões que possam colaborar com os problemas de violência doméstica, estimulando uma convivência saudável no ambiente familiar.
Para Levisky(1997), a violência do mundo atual causa um profundo pessimismo nos seres humanos e até um certo ceticismo diante de propostas e soluções. Para tanto, é preciso salientar a importância da educação e das emoções como forma de diminuir a violência que existe no mundo atual e não trabalhá-la como parte fundamental do desenvolvimento da personalidade da criança.
"O processo educativo é que dá os valores da cultura onde cada um vive, e estabelece as normas de conduta básica que vai fornecer um processo adaptativo a cada um e leva a desenvolver sua criatividade para transformar e modificar aquilo que não coincide com seus desejos e que é possível de modificação" (OLIVEIRA,1984, p. 28).
Educar para alguns, é o processo de construção do conhecimento real, por meio da apreensão dos fatos e do desenvolvimento crítico da curiosidade. Para outros, é uma arte, um mistério no qual o homem transforma, dá um significado á natureza.
Levisky (1997), faz uma observação quanto à sociedade brasileira, dizendo que estamos vivendo uma violência passiva, fruto da repressão, da submissão e da castração cujas origens datam de épocas coloniais, caracterizadas por uma mentalidade escravocrata e coronelista. Por outro lado, Zagury(2004,p.111), trabalha a dessensibilização produzida pela exposição excessiva à violência, destacando entre outros fatores desencadeantes, o consumismo exarcebado, a competitividade, o individualismo, a má distribuição de renda, a crise ética, a impunidade e a corrupção, o fácil acesso da população a armas, o interesse da indústria armamentista, o crescente desemprego, e o grave problema das drogas.
Para essa autora, "a criança cresce consumista, individualista, insensível, assistindo diariamente a graves denúncias- raramente punidas com o rigor necessário- ". Alimentando a descrença nas instituições sociais, e certamente tendo como conseqüência o fortalecimento da crise ética e a desvalorização da humanidade.
A negligência ou omissão do responsável é outro tipo de violência freqüente. Boa parte dos acidentes envolvendo crianças resulta da negligencia de um adulto. Considera-se ainda como negligencia: não alimentar adequadamente a criança, descuidado da sua higiene, saúde e educação ou deixar de pagar pensão alimentícia.
Existem, ainda, inúmeros fatores relacionados aos adultos que ajudam a desencadear o comportamento violento dos pais contra os filhos: baixa-auto estima, alcoolismo, uso de drogas, problemas psicológicos, dupla ou até tripla jornada de trabalho, etc. A miséria e o desemprego contribuem para a desestruturação familiar e o aumento da violência contras as crianças. Entretanto, vale ressaltar que os maus-tratos acontecem em todas as classes sociais.
Historicamente, a família sempre foi considerada o melhor ambiente para o desenvolvimento e educação de crianças, no entanto, a cultura de violência, agressões, espancamentos, ameaças, castigos, humilhações, abuso sexual e a diminuição da disponibilidade de tempo que os pais têm para ficar com os filhos, vêm substituindo a versão família de cuidar e proteger. Apesar desta triste contradição, é preciso concordar com Oliveira (2002,p.178), quando diz que"afamília não pode ser destituída de seu papel de importante agencia educativa dos filhos em proveito da creche ou da pré-escola".
Seguindo a linha de raciocínio desses autores, é possível enxergar a família como mola propulsora do indivíduo, suas raízes servirão de base para suas identificações. A participação dos pais no desenvolvimento dessa criança é de fundamental importância, por isso, é preciso que ocorra uma reorientação social, no sentido de que toda família possa acompanhar e compreender o desenvolvimento de suas crianças.

POSTADO POR: Murilo Camargo
FONTE: webartigos.com

Preso suspeito de matar a família com veneno de rato

O jovem Francisco Camelo de Oliveira Filho, 27 anos, foi preso na cidade de Alenquer, no oeste do Pará, suspeito de assassinar o pai, a madrasta, os dois irmãos - sendo um de 9 anos e um bebê de 6 meses - e a cunhada do pai. Todos foram envenenados e tiveram os corpos queimados em uma cova rasa que era usada para a fabricação de carvão. Segundo a polícia, o suspeito confessou crime e disse que sofria ameaças por parte do pai.O crime teria ocorrido há pelo menos 45 dias, mas só foi descoberto pela polícia na noite de quarta-feira, depois de encontrados os restos mortais da família no sítio Santa Tereza, na área rural da cidade. "Vizinhos da família notaram o desaparecimento deles e denunciaram à polícia e passamos a investigar o caso no início do mês", disse o delegado do município, Germano Carneiro.
Após ouvir testemunhas, o único membro da família vivo, Francisco Camelo de Oliveira Filho, passou a ser o principal suspeito da morte. "Ele chegou a ser ouvido logo no começo das investigações, mas disse que não sabia onde a família estava", contou o delegado.
De posse de um mandado de busca, os policiais estiveram na fazenda do suspeito, onde encontraram dois revólveres calibre 38 e os restos mortais das vítimas em uma caieira - buraco usado para fabricação de carvão. Os corpos haviam sido queimados.
"Ele disse que o pai chegou a atirar nele duas vezes e que, antes de morrer, ele mataria", contou o delegado. O motivo da desavença seria a partilha das duas fazendas de seu pai, a Santa Tereza - onde mora o suspeito - e a Milagres, onde a vítima morava com a nova família, após a separação.
Segundo a polícia, o jovem contou como premeditou todo o crime. Ele teria chamado a família para jantar em sua casa e colocado veneno para matar rato na comida que seria servida. Ainda de acordo com seu depoimento, a família saiu da casa em seguida e se dirigiu à outra fazenda do pai do suspeito, que fica a apenas 300 m do local. "Confessou que entrou na casa e levou os corpos, um a um, até a caieira e cobriu com madeira e ateou fogo", afirmou o policial.
O jovem está preso na delegacia de Alenquer e vai responder pelos crimes de crimes de homicídio, ocultação de cadáver e porte ilegal de armas.

Lucy Silva - Correspondente de Belém
Fonte: Redação Terra
Postado por: Samila Souza

A GRANDE INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA

Sempre defendi a tese de que a família é a grande responsável por tudo o que a pessoa é: caráter, personalidade, conduta, temperamento, tudo se agrega no meio social e cultural em que a criança é inserida da concepção aos primeiros cinco ou seis anos de vida. Os seres humanos são preparados genética, material, sexualmente para se casarem, se acasalarem, sei lá...ter filhos. Mas não o são psicologicamente, gerindo a partir daí o grande caos, os imensos conflitos que assolam a humanidade. A máxima "a culpa é da mãe..." não está longe de ter uma boa razão. Mas não é só da mãe, é do pai, dos irmãos, das babás, das empregadas, enfim, de todos os que constituem o ciclo familiar.

Para a criança incauta e inocente é muito difícil fazer a leitura do amor, do carinho ou da falta destes. Sendo, ao contrário, muito fácil, acumular mitos, transtornos, traumas, sofrimentos que serão conduzidos para o resto de sua vida, como resultantes das relações com papai, mamãe, irmãos e irmãs preferidos, preteridos, esquecidos, etc. etc.

Como ficam as relações dos filhos homens, com os pais que rejeitam os seus pais - masculinos - o pai mesmo? E se o filho é homem e o seu pai é aficionado pela figura da mãe? E neste mesmo caso, quando chega uma irmãzinha? Claro que este pai vai ter a sua preferência marcante por esta filha, que, de alguma forma, reproduz a figura da mãe, com quem ele se identifica mais. Enquanto o filho - homem - representa psicologicamente a figura do pai, com quem ele sempre competiu e compete, e agora, com meios e recursos superiores, como pai, o mandão, o dono do dinheiro, da experiência e o jogo da sobrevivência. E, quase sempre, irá oprimir, humilhar este filho, criando nesta criança sérias seqüelas, problemas e distorções emocionais, afetivas que poderão ser altamente prejudiciais. Um verdadeiro crime inconsciente que boa parte dos pais comete, daí os filhos que matam pais, se rebelam, fogem, se entregam às drogas à prostituição, às gangues competindo cegamente com os pais que não os compreenderam, não deram a devida atenção que, como filhos, julgam merecer.

Aí todas as recíprocas são verdadeiras em relação à figura da filha com a mãe, do filho com o pai; a posição do filho único, do caçula, do filho do meio, todas estas são circunstâncias a ser profundamente analisadas caso a caso. Não há uma receita mágica e única, cada caso é diferente e vai depender do universo afetivo dos pais com os avós, destes com os bisavós e assim, infinitamente.

Você pode pagar agora o preço por uma ação psicologicamente impensada da sua bisavó ou do seu tetravô que interferiu da mesma forma na sua avó, que passou para seu pai ou sua mãe, que chegou em você e que, certamente irá para os seus filhos, netos e assim por diante...É, é assim que a banda toca.

Daí o meu projeto que está que chamo de Orientação Familiar para a Qualidade de Vida, para o qual busco parcerias, pois poderá ajudar imensamente a humanidade a ser mais feliz. A diminuir os crimes por ciúmes, por competição, pelas agruras do amor, do sentimento e das paixões ao contrário. Está tudo vinculado à perspectiva dos sentimentos, do calor humano, que por sua vez, se ligam ao vínculo familiar, que, de acordo com alguns pensadores da antropologia é o túmulo da felicidade.

Descobri este texto com o qual ilustro esta matéria sobre a grande importância da interferência da família na formação da personalidade das pessoas, e, por conseguinte, da tipologia de relações humanas que concretizam a sociedade que temos.Trata-se das Meninas-Lobo, de B. Reimound em o Desenvolvimento social na infância e na adolescência. Diz ele:

Na Índia, onde o caso de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se em 1920 duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seus comportamentos e atitudes eram exatamente semelhantes àqueles de seus irmãos lobos.

Elas caminhavam de quatro patas, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos, e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos. Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre; comiam e bebiam como animais, lançando a cabeça para frente e lambendo os líquidos.

Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; mas eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir, se esconder e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.

Elas foram também submetidas dos mais simples aos mais sofisticados exames de ordem biológica e genética, constando-se que se tratavam de seres que não tinham quaisquer anomalias ou deficiências neste sentido, sendo, portanto, absolutamente normais, apenas foram profundamente transformadas psicologicamente pelo meio social - ou familiar - que as abrigou na primeira infância, ou seja, de 0 a 5 anos.

Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se muito lentamente. Ela necessitou de mais de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de mais ou menos cinqüenta palavras. As pequenas e raras atitudes afetivas foram aparecendo pouco a pouco, apesar dos intensos esforços terapêuticos dos profissionais que a cercavam.

Ela chorou pela primeira e única vez por ocasião da morte de Amala e se apegou às pessoas que cuidavam dela e com as demais crianças com as quais conviveu. A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gest0s, inicialmente, e depois, por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar apenas ordens simples, mecânicas, lineares e repetitivas.


Vejam então o papel da mais absoluta importância que a família significa na formação das personalidades que conduzem as relações sociais. Veja como você trata seus filhos, como os repele, chama a atenção, estabelece limites. Lembre-se que você pode acertar ou errar profunda e definitivamente e de forma imperdoável. Então, por via das dúvidas, use e abuse do amor, do carinho, do afeto, do sorriso, do diálogo, do direito de voz e vez, de participação nas decisões. Passar a mão no rosto, nos cabelos, suspirar fundo e abraçar com profundidade é um santo remédio em todas e quaisquer circunstâncias. Lembre-se disso. Portanto, a mão que balança o berço é a mão que comanda o mundo...

Fugas são a principal causa de sumiço de crianças e adolescentes, sendo que 57,3% voltam para casa ou são localizados, mostra estudo


As fugas são a principal causa do desaparecimento de crianças e adolescentes, segundo estudo do projeto Caminho de Volta, da Faculdade de Medicina da Universidade de uSão Paulo (USP). Entre 302 casos analisados, com base nos boletins de ocorrência e em entrevistas com familiares, 73,2% são fugas. Do total de desaparecidos, 173 (57,3%) voltaram para casa ou foram localizados. Sete estavam mortos. Em entrevista aos psicólogos do projeto, 84 meninos e meninas contaram por que fugiram: 33% disseram que a fuga foi motivada por conflitos familiares e 25% queriam viver uma aventura. Em menor escala, 10,7% declararam terem sido vítimas de violência em casa e 4,8% de abuso sexual.“A partir do levantamento e das entrevistas, foi possível perceber que os meninos começam a fugir muito cedo, a partir de 8 anos. Já na adolescência, são as meninas que mais fogem: duas vezes mais do que garotos, com idades entre 14 e 17 anos”, diz a psicanalista Claudia Figaro Garcia, coordenadora de psicologia do Caminho de Volta.Pelo menos 32,1% dos entrevistados tinham algum tipo de distúrbio de conduta, a maioria relacionada ao uso abusivo de álcool e drogas. “Existem muitos fatores que podem motivar a fuga, mas a relação com o uso de drogas é hoje muito presente. Acaba sendo um estimulante para sair de casa. A internet, com acesso a todo tipo de informação, para o bem ou para o mal, também exerce grande influência sobre o adolescente. Por isso, o diálogo entre pais e filhos é cada vez mais importante”, diz a psicóloga Lourdes Gigliotti, voluntária da organização não-governamental Mães da Sé (www.maesdase.org.br).
“O segredo é buscar o entendimento. Criticar e brigar só vai fazer com que queiram sair de casa novamente”, completa a psicóloga. A maioria das meninas (71,8%) e dos meninos (64,4%) entrevistados é reincidente - há quem tenha fugido 23 vezes. Durante a fuga, 56,5% dos meninos ficaram na rua e 17,9% foram acolhidos por desconhecidos, enquanto a maioria das meninas recebeu abrigo de familiares (55,6%) e apenas 15,6% delas ficaram na rua. Os meninos sobreviveram como pedintes (17,9%) ou furtando (7,7%). Entre as meninas, a proporção é de 8,9% e 2,2%.
“O desejo de obter imediatamente o que se quer e a dificuldade de se submeter às frustrações ou adiar seus planos podem levar a criança ou o adolescente a optar pela fuga de casa, arriscando-se”, diz o estudo. Embora reconheçam a dificuldade de apontar com segurança as razões da fuga, os pesquisadores atestam que “pais proibitivos, muito exigentes ou fragilizados não possuem modelos internalizados que lhes garantam segurança para dizer ‘não’, além de temerem perder o amor dos filhos”.
Isso não significa deixar de impor limites aos filhos, como alerta o psicólogo Marco Antonio de Tommaso. “O adolescente é contestador e acredita no mito da invulnerabilidade, ou seja, acha que nada irá acontecer com ele. Os limites, desde que negociados, representam segurança. Eles têm de aprender o que podem e o que não podem fazer e os motivos”, diz o especialista. Ele sugere aos pais corrigir o comportamento dos filhos, e não a personalidade. “Não chame o adolescente de preguiçoso. Apenas exija que faça a lição de casa. Nessa idade, eles são muito sensíveis a críticas e têm uma auto-estima oscilante.”
Os casos analisados foram registrados na capital pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e em oito postos da Polícia Judiciária do Interior (Deinter), entre setembro de 2004 e maio de 2006. No período, desapareceram 177 meninas e 125 meninos. Além de tentar apontar as causas dos desaparecimentos, o Caminho de Volta mantém um banco de DNA, para permitir a identificação dos que são encontrados mortos ou anos depois. Desde abril, o projeto atende famílias de crianças e adolescentes desaparecidos ( 3311-3550 e 3061-7589 e www.caminhodevolta.fm.usp.br).
FONTE: O ESTADÃO
POSTADO POR: MARINA CELESTINO

Morte de pais, morte de filhos

O que era tragédia vai-se tornando parte do cotidiano. Assim, logo, logo, será enfadonho o escrevinhador comentar a notícia que se tornará banal: filhos matando pais, pais matando filhos. Quando ocorre e chega aos meios de comunicação, há, cada vez mais, estremecimentos e indignações de menos. É como se as almas já estivessem prevenidas. Pois é história milenar, com a idade da própria raça humana. Que nos chega das vísceras do tempo.
Agora, no entanto, mata-se tudo, matam-se todos. Por futilidade. Antes, pais matavam primogênitos, deuses exigiam o sangue de nações inteiras, irmãos mataram irmãos, a morte em nome da divindade. Isso nos vem desde os caldeus, passa pelos egípcios, caminha pela história, registra-se nos palcos da tragédia grega. Quando Freud agarra-se à figura de Édipo, tentando resumir o horror humano, apenas traz, para tempos mais próximos, a fábula que Aristóteles considerou a mais perfeita das tragédias gregas, “Édipo Rei”, de Sófocles. Desde Abrahão, o Ocidente traz heranças milenares desses deuses sedentos de sangue, de sacrifícios, de guerras sem fim entre pais e filhos, irmãos e irmãos.
Amigos em mesas de bar, pensadores, filósofos, analistas, padres confessores cansam-se de saber: há sempre alguém querendo matar a pessoa amada ou desejando que ela morra. Se, nos primórdios dos tempos, matava-se o outro no altar do sacrifício, agora, mata-se apenas por matar. Renunciando–se ao sagrado e à ancestralidade, até os parricídios tornam-se banais.
A experiência de viver se faz em alta velocidade, na adrenalina enlouquecida. Querendo participar de tudo, não se distingue o essencial. Não se diferencia, então, o encantamento do horror. Não há tempo de pensar. Nem de sentir. As pessoas não amam e não odeiam, apenas passam umas pelas outras. E provocam a mais cruel das mortes: a indiferença. Se não há mais altares de consagração – o do mistério, o da amizade, o do amor, o da ancestralidade – viver é um simples estar. E, então, pouca diferença há entre amar e odiar.
Sagrados são os filhos, sagrado é o lar, sagrada é a família, sagrada é a Terra, desde o chão que se pisa até o túmulo onde se repousa. Sem a sacralidade da vida, apequenam-se os sentimentos. Não há mais papéis a cumprir, a não ser aqueles de passagem, descompromissados. A família e o lar tornam-se – até mesmo quando os filhos ainda fazem parte dela e estão nele – lugar de passagem, a hospedaria, um espaço de solidão de cada um entre muitos. Pais e filhos – na periferia ou na epiderme do amor – tornam-se, quando muito, amigos ou simples conhecidos. E, também, inimigos. Como ser filho, se não se enxerga o pai? Como ser homem, sem ser filho, sem ter pai?
Quando – com a tranqüilidade de quem vai ao clube – filhos matam os pais, vê-se a perspectiva banal de vida e de morte. Sem a experiência de um mundo consagrado, o ser humano não tem outra dimensão além de sua condição primitiva de bicho. Pois a sagração da vida e do mundo é a vivência e a convivência, ao mesmo tempo, do Nefando e do Inefável – de tudo o que é horror e de tudo o que é sublime. Em cada um de nós.
Garotos que cometem parricídio, não matam , pensou eu, nem mãe, nem pai. Matam pessoas conhecidas. Não há tragédia, mas outro fato corriqueiro da violência como hábito. Com a mesma frieza, ela poderia ter matado professores ou donos de um hotel que o contrariassem, como está ocorrendo cada vez mais banalmente em todo o mundo.. É apenas outro crime vulgar. Ora, não se profana o que não é sagrado. E o nefando ocorre tão somente onde houver o inefável. E – entre pais e filhos, lares e família – o inefável, para onde foi? Bom dia.

crime em familia

Filho dispara 40 vezes e mata pai em S. José
Crime na Vila Rossi abala a cidade; rapaz se entrega à polícia logo após a execução, mas não revela motivo do assassinato
São José dos Campos
Pedro Ivo PratesO auxiliar técnico Roberto de Oliveira Silva, 23 anos, executou seu pai a tiros na Vila Rossi, na região norte de São José dos Campos. Após disparar 40 tiros, Silva ligou para Polícia Militar e ficou ao lado do corpo aguardando para ser levado à delegacia.
O crime aconteceu anteontem na rua Tuiuti, onde o pai de Silva, o funileiro Reinaldo Ferreira, 50 anos, morava sozinho. Silva trabalhava no CTA (Centro Técnico Aeroespacial) e é considerado por amigos e parentes como sendo uma pessoa de conduta normal.
Segundo o delegado do 4º Distrito Policial, André Luiz Fernandes, Silva estava abalado e não quis comentar o motivo que o levou a matar o próprio pai. "Ele confessou o crime, mas disse que não falaria sobre o que o levou a fazer isso."
O delegado suspeita que o crime possa ter sido motivado por vingança de maus tratos. Segundo testemunhas, o pai de Silva era alcoólatra e usuário de drogas e --mesmo separado da família há mais de um ano-- continuava procurando a ex-mulher para agredi-la. Para o delegado, essa atitude teria revoltado o filho.
Ferreira foi morto com tiros de pistola 380 semi-automática, com capacidade para 13 tiros. No local, a polícia encontrou 40 cápsulas de balas deflagradas. Para atirar tantas vezes contra o pai, Silva teria carregado a pistola quatro vezes. Segundo o delegado, pelo menos 20 tiros atingiram a vítima.
Silva foi preso em flagrante e indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar). A pena prevista para o crime é de 6 a 20 anos de prisão. Ele foi levado para o Cadeião do bairro do Putim.
TENSÃO - Ontem, o clima na rua onde morava Ferreira era tenso. Os vizinhos temiam falar sobre o assunto e diziam que o pai de Silva ficava agressivo quando estava bêbado.
Os vizinhos também ressaltaram a integridade do acusado.
Ferreira foi enterrado ontem no cemitério do centro da cidade. A mulher e a filha mais nova da vítima acompanharam o enterro, mas não quiseram comentar o caso.
"Essa história é muita longa e a gente sabia que mais cedo ou mais tarde ia acabar assim", disse o cunhado da vítima, que não quis se identificar. Ele estava tremendo e confirmou que pai e filho não se devido aos vícios de Ferreira.
Silva, a mãe e a irmã estavam morando na casa de um parente no bairro Alto da Ponte, também na região norte.
Vale do Paraíba, sábado, 27 de março de 1999Copyright © O ValeParaibano 1999

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A delicada relação entre pais e filhos

A delicada relação entre pais e filhosAna Claudia Ferreira de Oliveiraanaclaudia_fo@hotmail.comPsicóloga Clínica, Psicoterapeuta Psicanalista e Advogada em São Paulo/Brasil. Colunista e colaboradora em temas de qualidade de vida, saúde, comportamento e educação do jornal ´Folha da Cidade´ e Rádio ´Nova Regional FM´, ambos do interior de São Paulo2007Idioma: Português do Brasil Palavras-chave:
Como se não bastasse a onda de violência e criminalidade que atinge o país todo e o mundo, temos ouvido nos últimos tempos, muitas notícias de filhos que matam seus próprios pais em situações de extrema crueldade. Problemas e dificuldades familiares são expostos nas páginas criminais dos principais jornais.
Pais e mães com filhos adolescentes ou pré-adolescentes têm recorrido a profissionais como psicólogos, psiquiatras e educadores, na procura de respostas e conselhos sobre o que fazer com seus filhos quando esses costumam apresentar problemas como: comportamentos socialmente inadequados, dificuldades de relacionamento interpessoal, bem como problemas de adaptação escolar e aprendizagem. As maiores queixas ficam entre os comportamentos sociais inadequados e dificuldades de convivência familiar. A situação anda tomando uma tal proporção, que alguns pais começam a trancar a porta de seus quartos, na hora de dormir, e enquanto outros vão mais longe ainda, blindando as paredes e portas de seus quartos.
Horrorizados, muitos se perguntam “o que estará acontecendo com nossos jovens?” E, penso eu, que a questão poderia ser pensada de outra forma: “O que estará acontecendo com nossos pais e mães que parecem estar esquecidos de sua função de educadores desses jovens?”
Olhando um pouco para trás, percebemos que a partir da década de 60 e da revolução sexual, tivemos o início de uma transformação nos costumes e valores válidos em nossa sociedade. Entre tantos outros conceitos questionados, os modos de educação mais repressores foram postos em cheque, e começou a se erguer a bandeira da educação mais liberada para prevenir os “traumas” que uma educação muito repressora poderia causar na vida emocional dos filhos.
Ainda, com o desenvolvimento das pesquisas na área da psicologia e psicanálise, enfatizando a importância da influência do ambiente na formação de um indivíduo, a questão da educação dos filhos tem merecido um maior cuidado por parte de educadores, psicólogos e estudiosos de várias áreas. Muitas são as teorias novas que surgem sobre o que fazer, como proceder, tudo na tentativa de orientar os pais nessa difícil tarefa.
Com isso, tivemos uma mudança de panorama.
Se pelas gerações antigas a criança era tratada como um “mini-adulto”, sem direito a desejos e vontades, sem direito a quaisquer cuidados especiais em respeito à sua condição de criança, parece-me que as gerações mais jovens, talvez tenham pecado pelo excesso, no sentido inverso, passando a tratar a criança como um “rei no trono”.
Tudo passaria a ser motivo de trauma para a criança e para o adolescente. Se uma criança apanhava, era castigada, ou apenas repreendida, já se poderia considerar isso como motivo de trauma.
É claro que não estou falando aqui a favor de prática de maus-tratos contra a criança ou o jovem, e isso é uma questão seriíssima que vem sendo tratada com muito mais respeito, nos últimos tempos, graças também a essa transformação social que se operou, e que mereceria outro momento de discussão. Mas, nem de longe, podemos pensar que pais e mães não possam repreender seus filhos. Essa é uma função muito importante no processo de educação. A educação é feita com base no afeto que se transmite ao filho, e com base no limite que se pode dar a ele também. A criança precisa conhecer o amor, a amizade, o respeito e a consideração, mas também, quais são os limites que ela tem de respeitar, entre a vida dela e a do outro, para que ela possa tornar-se um ser humano apto para a vida em comunidade.
A atenção e o respeito que devem ser dados à criança não podem provocar uma inversão na ordem das gerações entre pais e filhos. Esse é o pior desserviço que um pai pode prestar a um filho.
Os pais precisam colocar limites para seus filhos crescerem. A criança é um ser com uma quantidade enorme de energia, que precisa, desde cedo, ser bem canalizada. Ela precisa aprender a gerenciar essa energia adequadamente e, para tanto, precisa de um enquadramento e um direcionamento que, principalmente, aos pais cabe dar.
Hoje em dia, também é muito comum ouvirmos que pais e mães precisam ser amigos de seus filhos. Aqui, igualmente, é preciso ter cuidado com a inversão de ordem.
É muito importante que pais e mães possam ser amigos de seus filhos, mas, antes de qualquer outra coisa, por amor a seus filhos, os pais têm o dever de educá-los, de colocar limites, estabelecer proibições. O que se espera de pais amigos de seus filhos, inclusive o que os próprios filhos precisam são de pais e mães mais próximos, mais disponíveis, abertos a escutá-los, a discutir e orientá-los naquilo que eles lhes solicitarem, ou naquilo que os pais entenderem necessário fazê-lo. Mas, precisam igualmente de pais que saibam dizer não, estabelecer o que é certo e o que é errado, e quais os limites que precisam ser seriamente respeitados.
Se os pais se comportam somente como amigos de seus filhos, podemos nos perguntar “quem estará fazendo o papel dos pais em seu lugar?” E esse é um grande perigo, pois a criança e o jovem precisam de orientação adequada e segura, além de alguém que apenas os ouça e os aconselhe como um amigo faria. Precisam, sim, de alguém que funcione como um porto seguro para onde recorrer, quando surgem os problemas e não sabem o que fazer, mas precisam que esse porto seguro seja suficientemente firme e forte para orientá-los quando não sabem como proceder, para repreendê-los quando estiverem errados e para ensiná-los a respeitar a si mesmos, e aos outros, preparando-os para a vida em comunidade.
Quando se inverte o sentido dessa relação, com os filhos colocados em um trono, ou tratados como um rei, e com os pais deixando de cumprir sua função de educadores, as crianças crescem sem orientação, sem limites, sentindo-se sozinhas e desconectadas de sua própria família, sem uma verdadeira identificação com esses pais, pois lhes faltam um modelo forte, seguro e afetivo, que elas possam admirar, seguir, amar e respeitar.
Para educar um filho não há fórmula ou manual que se possa seguir, pois cada filho e cada pai e mãe são únicos em sua natureza. Todos precisam ser respeitados. Nós escolhemos com quem vamos nos casar, de quem vamos ser amigos, mas não escolhemos nossos filhos e nossos pais. Apenas temos que conviver com eles, e essa convivência nem sempre é fácil. Porém, uma coisa é certa, e precisa ser lembrada: Educar é também frustrar; é dizer não e contrariar a vontade do filho, quando necessário. Não há como escapar disso, sob pena de o próprio filho sofrer as conseqüências em sua saúde física e mental. Não há como ser bom pai ou boa mãe só esperando serem amados por seus filhos. É preciso, muitas vezes, suportar a frustração de ser odiado por seu filho num dado momento, para o próprio bem dele no futuro, ainda que isso, na maioria das vezes, custe muito caro aos corações dos pais e mães.
Postado por Norma Flávia.

Amor, diálogo e liberdade no relacionamento entre pais e filhos

O relacionamento pais e filhos deve ser fundamentado no amor e no diálogo. Estes recursos são indispensáveis ao entendimento, à paz e à harmonia dos membros da família.
Outros recursos são importantes, mas estes não podem faltar nunca sob pena do relacionamento se degenerar em desentendimento.
É indispensável que pais e filhos cultivem o amor. Com ele no coração, as pessoas se tornam mais compreensivas, pacientes e indulgentes para com as imperfeições e faltas dos outros.
O diálogo deve ser uma prática constante em família. Deve continuar durante a infância, quando os pais, esforçando-se para descer ao nível das crianças, falam sua linguagem e se fazem compreendidos.
Na adolescência, o diálogo tem importância capital, não podendo ser negligenciado de maneira alguma. Nesta fase, é necessário agir com muito tato e tolerância, porque os adolescentes costumam ser mais sensíveis e emocionalmente instáveis e inseguros. E os adultos têm mais condições de compreendê-los.
Após a adolescência, é ideal que o tratamento, que era de pais para filhos adolescentes, passe a ser de adultos para adultos, porquanto os jovens já sabem discernir bem o certo do errado e já têm condições de escolher o seu caminho, embora não devam dispensar as orientações e experiência dos pais.
A liberdade é um dos direitos da criatura e deve ser proporcional à maturidade e responsabilidade de cada uma. É ideal que a liberdade seja concedida aos filhos de acordo com a responsabilidade. Mais do que uma concessão, deve ser uma conquista dos filhos que, para isto, devem procurar agir com muita responsabilidade. Quanto mais maduros e responsáveis, mais liberdade conquistam.


Escrito por: Umberto Ferreira

Retirado do site: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/gebm/relacionamento-pais.html


Postado por: Ingrid Becker Saueressig

- Os problemas de relacionamento entre pais e filhos -

Toda e qualquer pessoa necessita sentir que alguém a ama e a admira, mesmo com todos os defeitos que ela possa ter... Dentro de uma família, ela sempre se sentirá amada e aceita, por mais rude que a família seja, por mais terrível que seja o seu erro (após passado o primeiro momento de raiva e de aborrecimento que ele provoca).
A família sempre apóia os filhos em tudo o que eles fazem, desde que sejam coisas razoáveis (dentro das regras familiares), e é ela quem promove o sentido de segurança aos filhos.
A família é a célula mater da sociedade; o lugar onde se desenvolvem as estruturas psíquicas, onde a criança forma a sua identidade e desenvolve o seu emocional. A família determina funções, papéis e a hierarquia entre seus membros; é também o espaço social da confrontação de gerações e onde os dois sexos (masculino e feminino) definem suas diferenças e as relações de poder. A família tem como função educar os filhos e prepará-los para o convívio social.
Dentro de uma família (pais e filhos) podemos definir dois tipos básicos de relações:
Relação entre os pais (marido e mulher):
A relação homem-mulher inicia uma nova família. São duas pessoas diferentes, com suas próprias crenças, valores, educação e cultura, que necessitam ajustar-se em seus princípios para uma boa convivência. E como é que se obtém o equilíbrio conjugal? É de suma importância que o casal tenha respeito mútuo, amor, e que possa trocar idéias através de muita conversa e diálogo para propiciar, dessa forma, um ambiente saudável ao crescimento dos filhos. Os pais necessitam estar sempre de comum acordo (pelo menos na frente dos filhos) para promover uma educação satisfatória.
Relação entre pais e filhos:
Cabe aos pais o papel de educar os filhos. A educação é a condição básica para o convívio social. Educar implica o uso de autoridade para estabelecer limites; dar ordens e proibir o indispensável que possibilite à criança controlar sua impulsividade: toda criança nasce egoísta; ela passa a respeitar o outro através da educação, disciplina, mas, principalmente, pelo exemplo dos pais. As crianças sempre identificam-se com um dos pais, e fazem o que esse adulto faz (ex.: a menina veste-se como a mãe).
Quando os filhos são pequenos, os pais sempre decidem "o que", "como" e "quando"; ou seja, eles têm plenos poderes sobre seus filhos e por eles tomam as decisões que julgam corretas. A criança vive cômoda e prazerosamente nesta relação de dependência, com suas necessidades básicas satisfeitas e papéis claramente definidos. Mas, quando os filhos chegam à fase da adolescência, surge, na maioria das famílias, uma série de conflitos entre os pais e os filhos!
Os pais têm dificuldade para aceitar o crescimento de seus filhos... Quantos pais dizem sentir saudades do tempo em que os filhos eram bebês? Admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão ficando mais velhos! Para o pai, é difícil aceitar que sua eterna namoradinha agora se interessa por um outro homem que não é ele! E a mãe, muitas vezes, não consegue tolerar a existência de outra mulher cheia de juventude!
Muitos pais não se conformam por terem perdido o "posto" de heróis insubstituíveis dos filhos, e não conseguem suportar o olhar crítico dos jovens, pois estes começam a enxergar os pais como são: pessoas com todos os defeitos e qualidades que lhe são próprios. Há pais que passam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças: não respeitam sua privacidade, querem participa r da vida deles de forma integral, e usam, para o controle deles, os perigos que aumentam nesta fase (a violência, a AIDS, etc...).
Muitos pais querem antecipar questões aos filhos para evitar sofrimentos futuros... Mas o único método conhecido para se aprender algo é vivendo! Na realidade, a maioria dos problemas na relação entre pais e filhos baseia-se num conflito de poder! Os pais podem exercer o autoritarismo (quando o poder está em suas mãos) para atender suas próprias necessidades, ou fazer uso da permissividade, quando delegam o poder nas mãos dos filhos para fazerem o que desejarem...
O mais importante neste tipo de relacionamento é uma resolução conjunta; buscar juntos e criar soluções conciliatórias para que todos sejam bem atendidos (onde as minhas necessidades são tão importantes quanto as suas). O maior papel dos pais consiste em apoiar, compreender e dialogar sempre com seus filhos!!!
Escrito por: Dra Olga Tessari

- 7º Conto: Antes do baile verde -

O rancho azul e branco desfilava com seus
passistas vestidos à Luís XV e sua porta-estandarte
de peruca prateada em forma de pirâmide, os
cachos desabados na testa, a cauda do vestido de
cetim arrastando-se enxovalhada pelo asfalto. O negro
do bumbo fez uma profunda reverência diante
das duas mulheres debruçadas na janela e prosseguiu
com seu chapéu de três bicos, fazendo rodar a
capa encharcada de suor.

– Ele gostou de você – disse a jovem, voltando-
se para a mulher que ainda aplaudia. – O cumprimento
foi na sua direção, viu que chique?
A preta deu uma risadinha.

– Meu homem é mil vezes mais bonito, pelo
menos na minha opinião. E já deve estar chegando,
ficou de me pegar às dez na esquina. Se me
atraso, ele começa a encher a caveira e pronto, não
sai mais nada.
A jovem tomou-a pelo braço e arrastou-a até
a mesa-de-cabeceira. O quarto estava revolvido
como se um ladrão tivesse passado por ali e despejado
caixas e gavetas.

– Estou atrasadíssima, Lu! Essa fantasia é
fogo... Tenha paciência, mas você vai me ajudar
um pouquinho.

– Mas você ainda não acabou?
Sentando-se na cama, a jovem abriu sobre os
joelhos o saiote verde. Usava biquíni e meias rendadas
também verdes.

– Acabei o quê! falta pregar tudo isso ainda,
olha aí... Fui inventar um raio de pierrete dificílima!
A preta aproximou-se, alisando com as mãos
o quimono de seda brilhante. Espetado na carapinha
trazia um crisântemo de papel crepom vermelho.
Sentou-se ao lado da moça.
– O Raimundo já deve estar chegando, ele fica
uma onça se me atraso. A gente vai ver os ranchos,
hoje quero ver todos.
– Tem tempo, sossega – atalhou a jovem. Afastou
os cabelos que lhe caíam nos olhos. Levantou
o abajur que tombou na mesinha. – Não sei como
fui me atrasar desse jeito.
– Mas não posso perder o desfile, viu, Tatisa?
Tudo, menos perder o desfile!
– E quem está dizendo que você vai perder?
A mulher enfiou o dedo no pote de cola e baixou-
o de leve nas lantejoulas do pires. Em seguida,
levou o dedo até o saiote e ali deixou as lantejoulas
formando uma constelação desordenada.
Colheu uma lantejoula que escapara e delicadamente
tocou com ela na cola. Depositou-a no saiote,
fixando-a com pequenos movimentos circulares.

– Mas se tiver que pregar as lantejoulas em
todo o saiote...

– Já começou a queixação? Achei que dava
tempo e agora não posso largar a coisa pela metade,
vê se entende! Você ajudando vai num instante,
já me pintei, olha aí, que tal minha cara? Você nem
disse nada, sua bruxa! Hein?... Que tal?
– Ficou bonito, Tatisa. Com o cabelo assim
verde, você está parecendo uma alcachofra, tão
gozado. Não gosto é desse verde na unha, fica esquisito.
Num movimento brusco, a jovem levantou a
cabeça para respirar melhor. Passou o dorso da mão
na face afogueada.

– Mas as unhas é que dão a nota, sua tonta. É
um baile verde, as fantasias têm que ser verdes,
tudo verde. Mas não precisa ficar me olhando, vamos,
não pare, pode falar, mas vá trabalhando. Falta
mais da metade, Lu!
– Estou sem óculos, não enxergo direito sem
os óculos.
– Não faz mal – disse a jovem, limpando no
lençol o excesso de cola que lhe escorreu pelo dedo.
– Vá grudando de qualquer jeito que lá dentro ninguém
vai reparar, vai ter gente à beça. O que está
me endoidando é este calor, não agüento mais, tenho
a impressão de que estou me derretendo, você
não sente? Calor bárbaro!
A mulher tentou prender o crisântemo que
resvalara para o pescoço. Franziu a testa e baixou
o tom de voz.
– Estive lá.
– E daí?
– Ele está morrendo.

Um carro passou na rua, buzinando freneticamente.
Alguns meninos puseram-se a cantar aos
gritos, o compasso marcado pelas batidas numa
frigideira: A coroa do rei não é de ouro nem de
prata...

– Parece que estou num forno – gemeu a jovem,
dilatando as narinas porejadas de suor. – Se
soubesse, teria inventado uma fantasia mais leve.
– Mais leve do que isso? Você está quase nua,
Tatisa. Eu ia com a minha havaiana, mas só porque
aparece um pedaço da coxa o Raimundo implica.
Imagine você então...
Com a ponta da unha, Tatisa colheu uma
lantejoula que se enredara na renda da meia. Deixou-
a cair na pequena constelação que ia armando
na barra do saiote e ficou raspando pensativamente
um pingo ressequido de cola que lhe caíra no
joelho. Vagava o olhar pelos objetos, sem fixar-se
em nenhum. Falou num tom sombrio:

– Você acha, Lu?
– Acha o quê?
– Que ele está morrendo?
– Ah, está sim. Conheço bem isso, já vi um
monte de gente morrer, agora já sei como é. Ele
não passa desta noite.
– Mas você já se enganou uma vez, lembra?
Disse que ele ia morrer, que estava nas últimas... E
no dia seguinte ele já pedia leite, radiante.
– Radiante? – espantou-se a empregada. Fechou
num muxoxo os lábios pintados de vermelho-
violeta. – E depois, eu não disse não senhora
que ele ia morrer, eu disse que ele estava ruim, foi
o que eu disse. Mas hoje é diferente, Tatisa. Espiei
da porta, nem precisei entrar para ver que ele está
morrendo.
– Mas quando fui lá ele estava dormindo tão
calmo, Lu.
– Aquilo não é sono. É outra coisa.
Afastando bruscamente o saiote aberto nos
joelhos, a jovem levantou-se. Foi até a mesa, pegou
a garrafa de uísque e procurou um copo em
meio da desordem dos frascos e caixas. Achou-o
debaixo da esponja de arminho. Soprou o fundo
cheio de pó-de-arroz e bebeu em largos goles, apertando
os maxilares. Respirou de boca aberta. Dirigiu-
se à preta.

– Quer?
– Tomei muita cerveja, se misturo dá ânsia.
A jovem despejou mais uísque no copo.
– Minha pintura não está derretendo? Veja se
o verde dos olhos não borrou... Nunca transpirei
tanto, sinto o sangue ferver.
– Você está bebendo demais. E nessa correria...
Também não sei por que essa invenção de saiote
bordado, as lantejoulas vão se desgrudar todas
no aperto. E o pior é que não posso caprichar, com
o pensamento no Raimundo lá na esquina...
– Você é chata, não, Lu? Mil vezes fica repetindo
a mesma coisa, taque-taque-taque-taque! Esse
cara não pode esperar um pouco?
A mulher não respondeu. Ouvia com expressão
deliciada a música de um bloco que passava já
longínquo. Cantarolou em falsete: Acabou chorando...acabou chorando...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Família- Os pais e o egoísmo dos filhos

Quando os filhos já são jovens adultos, ou seja, ultrapassaram os dezoito anos, muitos pais ficam surpresos com o exagerado egoísmo demonstrado por seus filhos.
Gastam o dinheiro da mesada ou do salário com compras particulares, de roupas e outras coisas, que servem apenas a si próprios. Não se preocupam em auxiliar as despesas da família.
Não medem despesas com o carro, mas só para as suas necessidades, entre elas festas e baladas, ficando furiosos quando lhe pedem o carro emprestado.
Abarrotam o quarto com roupas, calçados, objetos os mais diversos, e dizem que, mesmo não mais os utilizando, eles devem ficar onde estão, pois dar para quem precisa é coisa de otário.
Criticam a vida de familiares e amigos, mas ai de quem ousar em reclamar alguma coisa deles mesmos, partindo muitas vezes para a agressão para defender os seus direitos.
Diante desses quadros, dos quais só retratamos alguns, os pais se perguntam onde erraram na educação dos seus filhos. Como podem eles demonstrar tanto egoísmo se tudo foi feito para que se tornassem bons e honestos?
E, diante dessa pergunta, logo vem o autodesculpismo: é a índole má que, se antes não demons-trava, agora, adulto, coloca para fora, mostrando o que ele é realmente. Só esperava o momento e as condições propícias para eclodir. E arrematam: também, com toda essa má influência dos meios de comunicação e dos grupos sociais, não há mesmo como a educação dada pelos pais prevalecer.
Sem dúvida que uma má índole pode permanecer por um bom tempo encoberta, camuflada, para despontar, ou melhor, para se mostrar por inteira apenas quando o indivíduo se sente seguro de si mesmo, o que muito ocorre quando ele chega na juventude. Entretanto, é bom lembrarmos que os pais são os responsáveis pela formação moral dos seus filhos, cabendo-lhes prevenir futuros desvios através da educação.
A má influência proporcionada pelos meios de comunicação ocorre, e muitos são os jovens que se deixam enganar por propagandas tendenciosas, por filmes e também programas televisivos que defendem valores negativos, mas os meios de comunicação como jor-nais, revistas, rádio, tevê, cinema, internet possuem também o seu lado de influência positiva, assim creditar a má índole do seu filho exclusivamente ao poder da mídia é limitar demais a possível causa. E não compete aos pais acompanhar e trabalhar essa influência?
Mas, e os grupos sociais? Não são eles muitas vezes perniciosos para a formação do caráter do jovem? Não é a influência do meio que arrasta para as drogas, para as bebidas, etc? Se assim fosse, com exclusividade, deveríamos trancar nossos filhos em casa, não permitindo sequer sua freqüência à escola. Mas nenhum pai, em sã consciência, irá defender essa atitude. É a educação que deve mostrar aos nossos filhos o bem e o mal, que deve fazer com que desenvolvam o senso moral, sabendo escolher os verdadeiros amigos. Esse trabalho é responsabilidade dos pais.
Enfim, percebemos que as influências externas exis-tem e nem sempre são positivas, e que uma pessoa pode camuflar seu verdadeiro caráter por muito tempo, pelo menos ostensivamente na frente dos outros, mas compreendemos que nenhum desses fatores é decisivo para explicar o que são nossos filhos, agora adultos.

Bruno Zaminsky

Os problemas de relacionamento entre pais e filhos


*UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EDUCAÇÃO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL :

*http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/Conflitos_entre_pais_filhos.pdf
A vida do ser humano, no aspecto da normalidade, passa
por vários estágios desde a vida uterina até a velhice, no
decorrer , sofre transformações físicas, biológicas e
comportamentais. Porém, ao atingir a fase da adolescência
age geralmente, na maioria das vezes, por impulsos tem a
impressão de que pode alterar o mundo que habita.
O período de adolescência caracteriza-se por um
conjunto de transformações no corpo, na mente e nas
relações sociais. É natural, nesse período, que os jovens
passem por uma ebulição mental e emocional em busca de
sua individualidade. No artigo 2º do ECA “considera-se
criança para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e
dezoito anos de idade” ( BRASIL, ECA, 1997. 5).
Percebemos que durante essa transição, tornam-se
vulneráveis e suscetíveis a influencias de pressões internas
e externas
. É necessário educá-los com afetuosa firmeza,
colocado-lhes limites e disciplina.
A literatura que trata de adolescência, de forma
consensual, expõe que na adolescência acontecem
alterações hormonais e mudanças de hábitos
, o ambiente
familiar é um espaço para explicações de razões sobre os
sentimentos que podem surgir de irritações, de raiva, de
impulsividade, de insegurança e de isolamento,
provavelmente pela baixa estima, assim como alegrias e de
satisfações.



*Olga Tessare - Relação entre pais e filhos:

Toda e qualquer pessoa necessita sentir que alguém a ama e a admira, mesmo com todos os defeitos que ela possa ter... Dentro de uma família, ela sempre se sentirá amada e aceita, por mais rude que a família seja, por mais terrível que seja o seu erro (após passado o primeiro momento de raiva e de aborrecimento que ele provoca).
A família sempre apóia os filhos em tudo o que eles fazem, desde que sejam coisas razoáveis (dentro das regras familiares), e é ela quem promove o sentido de segurança aos filhos.
A família é a célula mater da sociedade; o lugar onde se desenvolvem as estruturas psíquicas, onde a criança forma a sua identidade e desenvolve o seu emocional. A família determina funções, papéis e a hierarquia entre seus membros; é também o espaço social da confrontação de gerações e onde os dois sexos (masculino e feminino) definem suas diferenças e as relações de poder.
A família tem como função educar os filhos e prepará-los para o convívio social.

-Relação entre pais e filhos:
Cabe aos pais o papel de educar os filhos. A educação é a condição básica para o convívio social. Educar implica o uso de autoridade para estabelecer limites; dar ordens e proibir o indispensável que possibilite à criança controlar sua impulsividade: toda criança nasce egoísta; ela passa a respeitar o outro através da educação, disciplina, mas, principalmente, pelo exemplo dos pais. As crianças sempre identificam-se com um dos pais, e fazem o que esse adulto faz (ex.: a menina veste-se como a mãe).
Quando os filhos são pequenos, os pais sempre decidem "o que", "como" e "quando"; ou seja, eles têm plenos poderes sobre seus filhos e por eles tomam as decisões que julgam corretas. A criança vive cômoda e prazerosamente nesta relação de dependência, com suas necessidades básicas satisfeitas e papéis claramente definidos. Mas, quando os filhos chegam à fase da adolescência, surge, na maioria das famílias, uma série de conflitos entre os pais e os filhos!
Os pais têm dificuldade para aceitar o crescimento de seus filhos... Quantos pais dizem sentir saudades do tempo em que os filhos eram bebês? Admitir que o filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão ficando mais velhos! Para o pai, é difícil aceitar que sua eterna namoradinha agora se interessa por um outro homem que não é ele! E a mãe, muitas vezes, não consegue tolerar a existência de outra mulher cheia de juventude!
Muitos pais não se conformam por terem perdido o "posto" de heróis insubstituíveis dos filhos, e não conseguem suportar o olhar crítico dos jovens, pois estes começam a enxergar os pais como são: pessoas com todos os defeitos e qualidades que lhe são próprios. Há pais que passam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem, com isso, voltar a tê-los como crianças: não respeitam sua privacidade, querem participa r da vida deles de forma integral, e usam, para o controle deles, os perigos que aumentam nesta fase (a violência, a AIDS, etc...).
Muitos pais querem antecipar questões aos filhos para evitar sofrimentos futuros... Mas o único método conhecido para se aprender algo é vivendo! Na realidade, a maioria dos problemas na relação entre pais e filhos baseia-se num conflito de poder! Os pais podem exercer o autoritarismo (quando o poder está em suas mãos) para atender suas próprias necessidades, ou fazer uso da permissividade, quando delegam o poder nas mãos dos filhos para fazerem o que desejarem...
O mais importante neste tipo de relacionamento é uma resolução conjunta; buscar juntos e criar soluções conciliatórias para que todos sejam bem atendidos (onde as minhas necessidades são tão importantes quanto as suas). O maior papel dos pais consiste em apoiar, compreender e dialogar sempre com seus filhos!!!

sábado, 8 de novembro de 2008

A relação entre pais e filhos.

Entrevista feita a uma Professora de Psicologia

Publicado por Grupo1-AP 12ºA (EB 2,3/S, P.C.) em 2 Maio, 2008


1. Na sua opinião a relação entre os pais e os filhos tem vindo a mudar nos últimos tempos? (Positivamente ou negativamente? Na sua opinião quais os factores dessa mudança?)
Olhem é assim, eu acho que tem vindo a mudar, não podemos avaliar se é para bem ou é para mal, porque tem a ver com todas as circunstancias e contextos sociais e que influenciam naturalmente a relação entre os pais e os filhos. Não posso dizer nenhum factor em especial, ate porque é um fenómeno complexo, mas que têm vindo a mudar têm. Ate porque as gerações de hoje perpetuam essa relação de forma diferente.

2. O que acha fundamental para uma boa relação entre os pais e os filhos?
O que é mais fundamental entre os pais e os filhos é a ligação emocional/ afectiva, a partir dai, todas as outras resultam, porque o problema hoje entre os pais, os adultos e os jovens é precisamente a falta de tempo para partilhar os sonhos.

3. Quais as principais razões, que mais contribuem para o desentendimento entre os pais e os filhos?
O facilitismo com que os pais encaram as relações com os filhos e depois um bocadinho a tentativa dos filhos tirarem partido desse facilitismo, porque é natural que os pais que cedem frequentemente por diversas razões, nem se apercebendo, estão a criar nos filhos alguns hábitos que os desresponsabilizam da sua própria vida.

4. Qual é a melhor conduta que os pais devem optar na relação com os filhos?
Olhem! Na minha perspectiva a melhor conduta (quer dizer não há modelo, nem há receitas) terá sempre a ver com o pai que é sempre pai, e não achar que ser amigo equivale a desresponsabilizar-se e a não exercer a autoridade (não é ser autoritário é exercer a autoridade).

Retirado do site : http://relacaopaisfilhos.wordpress.com/
Postado por: Vitória Almeida _ 47