quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Por um jogo,vale a pena matar seu pai?

Filho mata pai por não assistir ao jogo

Um homem estrangulou e matou o pai na tarde de ontem, em João Pessoa, na Paraíba, por não poder assistir ao jogo da Seleção Brasileira pela televisão. Roberto Carlos Guedes da Silva, 38 anos, teria ficado com raiva porque precisaria de uma extensão elétrica, que estava sendo usada por sua irmã.

Segundo a polícia, a extensão estava sendo usada pela irmã de Roberto Carlos para passar roupa. Irritado, o acusado, aos gritos, deu um chute na estante, derrubando a televisão. O pai, o aposentado Pedro Guedes da Silva, 72 anos, então, foi tomar satisfação e acabou trocando tapas com o filho. Pedro Guedes pegou um pedaço de pau para se proteger, enquanto seu filho segurava um gargalo de garrafa de cerveja. A irmã tentou apartar a briga, mas não conseguiu. Roberto Carlos deu uma "gravata" no pai, estrangulando-o.

Após o crime, o acusado foi preso em flagrante e se encontra na 4ª Delegacia Distrital, no Conjunto Ernesto Geisel.

FONTE: JB ONLINE
POSTADO POR: VANESSA RORIZ

Inventem-se novos pais!

Após um início algo simples, onde as únicas tarefas são educar a dormir e a comer, eis que surge aquela que será, provavelmente, a fase mais importante e mais difícil dentro da primeira infância. Entre o ano de idade e os dois anos (dependendo de cada criança, como tudo isto do crescimento), surge aquela fase por vezes denominada de primeira adolescência. Normalmente coincide com a fase em que a criança começa a mover-se pela casa, seja de gatas ou já de pé, tendo um raio de acção maior. Aqui, deixa de ser um ser passivo imóvel, passando a ser um ser activo que, progressivamente, chega a todo lado. É nesta fase que florescem os chamados destruidores de telemóveis e comandos de televisão. Também neste caso, fartei-me de ouvir a sorte que tínhamos, pois a nossa Alice não mexia nos comandos de televisão, nem nos telemóveis, nem em todos os objectos que estavam ao seu alcance nos quais não estava apta a mexer. Isto, apesar de todos estes objectos terem mantido o seu lugar original, anterior ao aparecimento da Alice.
Em relação a este ponto específico, o educar as crianças no que concerne aos objectos nos quais podem ou não mexer, muita coisa pode ser dita. Conheci casos de casais que escolheram retirar os objectos do alcance da criança, para evitar que ela mexesse nos mesmos. Inicialmente parecia um bom plano, mas teve alguns maus resultados. Primeiro, não se podem manter todos os objectos em locais inacessíveis às crianças, pois estas crescem e, progressivamente, todos os locais inacessíveis perdem essa qualidade. Mais tarde, não estando as crianças já educadas neste ponto, o trabalho é muito maior, pois quanto mais velhos, mais difícil é inculcar aprendizagens nas crianças, acho eu. Por outro lado, mais tarde ou mais cedo, os casais saem de casa com as crianças, seja para outras casas, seja para outro local qualquer onde existem objectos nos quais os pequenos não poderão mexer. Como não lhes foi facultada esta aprendizagem, facilmente se pode adivinhar o resultado. Tendo em conta todos estes factores, penso poder concluir que esta é, regra geral, uma má opção.
O maior erro que, por vezes, observo neste ponto específico da educação das crianças é o de acreditar que ainda são pequeninos, que não entendem. O pior que se pode fazer é subestimar as capacidades das crianças. Quando pensam que a criança já tem a idade suficiente para aprender, eis que já é tarde de mais, pois a criança, grande parte das vezes, já aprendeu exactamente o contrário daquilo que seria necessário ter aprendido. E, acontecido tal facto, para a criança não é uma simples nova aprendizagem, mas a perda de direitos já adquiridos. Por exemplo, é difícil que uma criança compreenda que não pode mexer no telemóvel, quando até então tal lhe era permitido sem qualquer problema.
Poderíamos, por outro lado, pensar que tais aprendizagens se tornam desnecessárias, pois mais tarde eles saberão usar todos os objectos em causa sem os danificar, logo, é uma questão de ter paciência durante, no máximo, dois anos, e que o problema em causa cessa. No entanto, neste caso, a liberdade dos pais em sair com os filhos para algum lado diminui, pois torna-se desagradável estar num local estranho onde os nossos filhos mexem em tudo perante o olhar chocado e reprovador dos restantes adultos. Assim, observam-se hoje muitos casais que praticamente não saem com os seus filhos, remetendo-se aos seus lares ou arranjando quem fique com eles para que possam sair. Nem vou perder tempo a dissertar sobre os malefícios de tais costumes, seja para o núcleo familiar, seja, sobretudo, para as crianças em causa. Tenho um maior respeito por aqueles casais que, apesar de manifestamente terem falhado na educação dos seus filhos em relação ao ponto em causa, saem com os seus filhos, nunca deixando de ir seja para onde for devido ao facto dos seus educandos demonstrarem os comportamentos acima citados. No entanto, por norma, estas saídas mostram-se esgotantes para os pais, pois estes têm que estar constantemente “em cima” dos seus filhos, resolvendo os problemas por eles criados e ralhando com os mesmos. Por outro lado, para quem priva com estes casais, essas situações são, normalmente, igualmente enervantes e esgotantes. E, infelizmente, perante tais factos, muitos pais optam por fazer de conta que não vêm o que os seus filhos estão a fazer de errado, para terem um minuto de descanso. Tendo em conta tudo isto, podíamos quase concluir que, se nos mantivéssemos em casa com os nossos filhos, o maior tempo possível, nesta fase do seus crescimento, poderíamos permitir-lhes mexer em todos aqueles objectos, pois com o tempo esse problema cessaria, e ninguém sairia prejudicado, era uma simples questão de paciência. Pessoalmente, por muito que muita gente queira acreditar em tal facto, discordo com o mesmo em completo, senão vejamos. Neste caso, das duas uma: ou ralhamos com os nossos educandos quando eles mexem onde não devem, mas não os castigamos se o continuarem a fazer, mostrando-lhes, porém, que o comportamento está errado; ou deixamos que eles mexam em tudo à sua vontade, não ralhando. Não sei qual das opções poderá produzir mais estragos. Na primeira está em causa a noção de autoridade. Não é por acaso que muitas crianças, hoje em dia, têm dificuldade em lidar com a autoridade sobre elas exercida (para exemplificar este facto, de forma extrema, posso usar os alunos de uma turma da minha cara-metade, que lhe disseram que quem obedece são os cães, não é suposto usar tal palavra nos seres humanos, tendo a minha rapariga, perante tal facto, reflectido com os alunos sobre a noção de autoridade e obediência). Quando uma criança com pouco mais de um ano, mexe onde quer, os pais ralham por isso, mas é-lhe permitido continuar a fazê-lo sem qualquer tipo de consequência, que aprendizagem poderá obter essa criança com tal facto? É uma porta aberta para a total falência da autoridade dos pais que, a partir desse ponto, ir-se-á diminuindo, até ao ponto em que se sente que quem detém a autoridade é essa mesma criança, que é ela quem decide tudo na sua vida (e na dos pais!), sem que tenha qualquer maturidade para tal. No segundo caso, em que não se ralha com as crianças, não recriminando o acto, a questão da autoridade não fica beliscada, mas acredito poder surgir outro problema, que poderá ser mais complicado de suavizar: a noção de propriedade. Uma criança que pode mexer sempre em tudo aquilo que quer, poderá sentir que tudo lhe pertence (ideia filosoficamente interessante, mas na prática incómoda), o que, fora de casa, se transforma num problema. Para além dos danos que possa causar nos pertences dos seus pais, tentemos imaginar um criança assim educada em casa de conhecidos ou estranhos.
Tendo em conta todos estes factos já apontados, espero, o mais breve possível, reflectir e escrever, num texto posterior, sobre o que aconteceu connosco e com os nossos filhos. Até lá, espero contribuições para esta reflexão, seja a reforçar o que escrevi até agora, seja a refutar esses mesmos argumentos.

André pacheco


FONTE: EDUCAPORTUGAL

POSTADO POR: VANESSA RORIZ

Caso Richthofen

“Assassinato violento do engenheiro Manfred von Richthofen e sua mulher, a psiquiatra Marísia, ocorrido em São Paulo em novembro de 2002, planejado pela filha, Suzane, de 19 anos, com o auxílio do namorado Daniel Cravinhos e do irmão deste. O caso, ainda em julgamento, chocou a opinião pública pois a família não tinha problemas financeiros, a filha estudou em um dos melhores colégios da cidade, falava 3 idiomas, era estudante de direito numa boa faculdade, e seus pais, pelo que se sabe, eram preocupados com o futuro dos filhos e procuravam estar presentes no dia-a-dia deles (há um filho mais novo, Andreas). O motivo alegado foi a proibição do namoro com Daniel, rapaz problemático. Os dois eram viciados em maconha.”




Postado por: Lara Carvalho

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Relação - Pais e FIlhos

Relação pais e filhos
Se existe uma questão candente em toda a sociedade, esta questão é a da educação dos filhos, que traz com freqüência debates na mídia e inquietações de todos os lados. Dos pais que vivem a angústia de não saber como educar seus filhos e de como colocar limites, dos educadores que passam a maior parte do tempo convivendo com essas crianças e dos próprios adolescentes que apresentam um conflito vivo entre o desobedecer e o transgredir.
A educação inicial se dá na família, mais também pode ser realizada na comunidade, por isso se torna muito importante essa interação entre os primeiros educadores e a sociedade. Existe uma troca que deve ser bem definida para produzir efeitos. Portanto, este artigo visa criar reflexões que possam colaborar com os problemas de violência doméstica, estimulando uma convivência saudável no ambiente familiar.
Para Levisky(1997), a violência do mundo atual causa um profundo pessimismo nos seres humanos e até um certo ceticismo diante de propostas e soluções. Para tanto, é preciso salientar a importância da educação e das emoções como forma de diminuir a violência que existe no mundo atual e não trabalhá-la como parte fundamental do desenvolvimento da personalidade da criança.
"O processo educativo é que dá os valores da cultura onde cada um vive, e estabelece as normas de conduta básica que vai fornecer um processo adaptativo a cada um e leva a desenvolver sua criatividade para transformar e modificar aquilo que não coincide com seus desejos e que é possível de modificação" (OLIVEIRA,1984, p. 28).
Educar para alguns, é o processo de construção do conhecimento real, por meio da apreensão dos fatos e do desenvolvimento crítico da curiosidade. Para outros, é uma arte, um mistério no qual o homem transforma, dá um significado á natureza.
Levisky (1997), faz uma observação quanto à sociedade brasileira, dizendo que estamos vivendo uma violência passiva, fruto da repressão, da submissão e da castração cujas origens datam de épocas coloniais, caracterizadas por uma mentalidade escravocrata e coronelista. Por outro lado, Zagury(2004,p.111), trabalha a dessensibilização produzida pela exposição excessiva à violência, destacando entre outros fatores desencadeantes, o consumismo exarcebado, a competitividade, o individualismo, a má distribuição de renda, a crise ética, a impunidade e a corrupção, o fácil acesso da população a armas, o interesse da indústria armamentista, o crescente desemprego, e o grave problema das drogas.
Para essa autora, "a criança cresce consumista, individualista, insensível, assistindo diariamente a graves denúncias- raramente punidas com o rigor necessário- ". Alimentando a descrença nas instituições sociais, e certamente tendo como conseqüência o fortalecimento da crise ética e a desvalorização da humanidade.
A negligência ou omissão do responsável é outro tipo de violência freqüente. Boa parte dos acidentes envolvendo crianças resulta da negligencia de um adulto. Considera-se ainda como negligencia: não alimentar adequadamente a criança, descuidado da sua higiene, saúde e educação ou deixar de pagar pensão alimentícia.
Existem, ainda, inúmeros fatores relacionados aos adultos que ajudam a desencadear o comportamento violento dos pais contra os filhos: baixa-auto estima, alcoolismo, uso de drogas, problemas psicológicos, dupla ou até tripla jornada de trabalho, etc. A miséria e o desemprego contribuem para a desestruturação familiar e o aumento da violência contras as crianças. Entretanto, vale ressaltar que os maus-tratos acontecem em todas as classes sociais.
Historicamente, a família sempre foi considerada o melhor ambiente para o desenvolvimento e educação de crianças, no entanto, a cultura de violência, agressões, espancamentos, ameaças, castigos, humilhações, abuso sexual e a diminuição da disponibilidade de tempo que os pais têm para ficar com os filhos, vêm substituindo a versão família de cuidar e proteger. Apesar desta triste contradição, é preciso concordar com Oliveira (2002,p.178), quando diz que"afamília não pode ser destituída de seu papel de importante agencia educativa dos filhos em proveito da creche ou da pré-escola".
Seguindo a linha de raciocínio desses autores, é possível enxergar a família como mola propulsora do indivíduo, suas raízes servirão de base para suas identificações. A participação dos pais no desenvolvimento dessa criança é de fundamental importância, por isso, é preciso que ocorra uma reorientação social, no sentido de que toda família possa acompanhar e compreender o desenvolvimento de suas crianças.

POSTADO POR: Murilo Camargo
FONTE: webartigos.com

Preso suspeito de matar a família com veneno de rato

O jovem Francisco Camelo de Oliveira Filho, 27 anos, foi preso na cidade de Alenquer, no oeste do Pará, suspeito de assassinar o pai, a madrasta, os dois irmãos - sendo um de 9 anos e um bebê de 6 meses - e a cunhada do pai. Todos foram envenenados e tiveram os corpos queimados em uma cova rasa que era usada para a fabricação de carvão. Segundo a polícia, o suspeito confessou crime e disse que sofria ameaças por parte do pai.O crime teria ocorrido há pelo menos 45 dias, mas só foi descoberto pela polícia na noite de quarta-feira, depois de encontrados os restos mortais da família no sítio Santa Tereza, na área rural da cidade. "Vizinhos da família notaram o desaparecimento deles e denunciaram à polícia e passamos a investigar o caso no início do mês", disse o delegado do município, Germano Carneiro.
Após ouvir testemunhas, o único membro da família vivo, Francisco Camelo de Oliveira Filho, passou a ser o principal suspeito da morte. "Ele chegou a ser ouvido logo no começo das investigações, mas disse que não sabia onde a família estava", contou o delegado.
De posse de um mandado de busca, os policiais estiveram na fazenda do suspeito, onde encontraram dois revólveres calibre 38 e os restos mortais das vítimas em uma caieira - buraco usado para fabricação de carvão. Os corpos haviam sido queimados.
"Ele disse que o pai chegou a atirar nele duas vezes e que, antes de morrer, ele mataria", contou o delegado. O motivo da desavença seria a partilha das duas fazendas de seu pai, a Santa Tereza - onde mora o suspeito - e a Milagres, onde a vítima morava com a nova família, após a separação.
Segundo a polícia, o jovem contou como premeditou todo o crime. Ele teria chamado a família para jantar em sua casa e colocado veneno para matar rato na comida que seria servida. Ainda de acordo com seu depoimento, a família saiu da casa em seguida e se dirigiu à outra fazenda do pai do suspeito, que fica a apenas 300 m do local. "Confessou que entrou na casa e levou os corpos, um a um, até a caieira e cobriu com madeira e ateou fogo", afirmou o policial.
O jovem está preso na delegacia de Alenquer e vai responder pelos crimes de crimes de homicídio, ocultação de cadáver e porte ilegal de armas.

Lucy Silva - Correspondente de Belém
Fonte: Redação Terra
Postado por: Samila Souza

A GRANDE INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA

Sempre defendi a tese de que a família é a grande responsável por tudo o que a pessoa é: caráter, personalidade, conduta, temperamento, tudo se agrega no meio social e cultural em que a criança é inserida da concepção aos primeiros cinco ou seis anos de vida. Os seres humanos são preparados genética, material, sexualmente para se casarem, se acasalarem, sei lá...ter filhos. Mas não o são psicologicamente, gerindo a partir daí o grande caos, os imensos conflitos que assolam a humanidade. A máxima "a culpa é da mãe..." não está longe de ter uma boa razão. Mas não é só da mãe, é do pai, dos irmãos, das babás, das empregadas, enfim, de todos os que constituem o ciclo familiar.

Para a criança incauta e inocente é muito difícil fazer a leitura do amor, do carinho ou da falta destes. Sendo, ao contrário, muito fácil, acumular mitos, transtornos, traumas, sofrimentos que serão conduzidos para o resto de sua vida, como resultantes das relações com papai, mamãe, irmãos e irmãs preferidos, preteridos, esquecidos, etc. etc.

Como ficam as relações dos filhos homens, com os pais que rejeitam os seus pais - masculinos - o pai mesmo? E se o filho é homem e o seu pai é aficionado pela figura da mãe? E neste mesmo caso, quando chega uma irmãzinha? Claro que este pai vai ter a sua preferência marcante por esta filha, que, de alguma forma, reproduz a figura da mãe, com quem ele se identifica mais. Enquanto o filho - homem - representa psicologicamente a figura do pai, com quem ele sempre competiu e compete, e agora, com meios e recursos superiores, como pai, o mandão, o dono do dinheiro, da experiência e o jogo da sobrevivência. E, quase sempre, irá oprimir, humilhar este filho, criando nesta criança sérias seqüelas, problemas e distorções emocionais, afetivas que poderão ser altamente prejudiciais. Um verdadeiro crime inconsciente que boa parte dos pais comete, daí os filhos que matam pais, se rebelam, fogem, se entregam às drogas à prostituição, às gangues competindo cegamente com os pais que não os compreenderam, não deram a devida atenção que, como filhos, julgam merecer.

Aí todas as recíprocas são verdadeiras em relação à figura da filha com a mãe, do filho com o pai; a posição do filho único, do caçula, do filho do meio, todas estas são circunstâncias a ser profundamente analisadas caso a caso. Não há uma receita mágica e única, cada caso é diferente e vai depender do universo afetivo dos pais com os avós, destes com os bisavós e assim, infinitamente.

Você pode pagar agora o preço por uma ação psicologicamente impensada da sua bisavó ou do seu tetravô que interferiu da mesma forma na sua avó, que passou para seu pai ou sua mãe, que chegou em você e que, certamente irá para os seus filhos, netos e assim por diante...É, é assim que a banda toca.

Daí o meu projeto que está que chamo de Orientação Familiar para a Qualidade de Vida, para o qual busco parcerias, pois poderá ajudar imensamente a humanidade a ser mais feliz. A diminuir os crimes por ciúmes, por competição, pelas agruras do amor, do sentimento e das paixões ao contrário. Está tudo vinculado à perspectiva dos sentimentos, do calor humano, que por sua vez, se ligam ao vínculo familiar, que, de acordo com alguns pensadores da antropologia é o túmulo da felicidade.

Descobri este texto com o qual ilustro esta matéria sobre a grande importância da interferência da família na formação da personalidade das pessoas, e, por conseguinte, da tipologia de relações humanas que concretizam a sociedade que temos.Trata-se das Meninas-Lobo, de B. Reimound em o Desenvolvimento social na infância e na adolescência. Diz ele:

Na Índia, onde o caso de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se em 1920 duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seus comportamentos e atitudes eram exatamente semelhantes àqueles de seus irmãos lobos.

Elas caminhavam de quatro patas, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos, e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos. Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre; comiam e bebiam como animais, lançando a cabeça para frente e lambendo os líquidos.

Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; mas eram ativas e ruidosas durante a noite, procurando fugir, se esconder e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.

Elas foram também submetidas dos mais simples aos mais sofisticados exames de ordem biológica e genética, constando-se que se tratavam de seres que não tinham quaisquer anomalias ou deficiências neste sentido, sendo, portanto, absolutamente normais, apenas foram profundamente transformadas psicologicamente pelo meio social - ou familiar - que as abrigou na primeira infância, ou seja, de 0 a 5 anos.

Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se muito lentamente. Ela necessitou de mais de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de mais ou menos cinqüenta palavras. As pequenas e raras atitudes afetivas foram aparecendo pouco a pouco, apesar dos intensos esforços terapêuticos dos profissionais que a cercavam.

Ela chorou pela primeira e única vez por ocasião da morte de Amala e se apegou às pessoas que cuidavam dela e com as demais crianças com as quais conviveu. A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gest0s, inicialmente, e depois, por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar apenas ordens simples, mecânicas, lineares e repetitivas.


Vejam então o papel da mais absoluta importância que a família significa na formação das personalidades que conduzem as relações sociais. Veja como você trata seus filhos, como os repele, chama a atenção, estabelece limites. Lembre-se que você pode acertar ou errar profunda e definitivamente e de forma imperdoável. Então, por via das dúvidas, use e abuse do amor, do carinho, do afeto, do sorriso, do diálogo, do direito de voz e vez, de participação nas decisões. Passar a mão no rosto, nos cabelos, suspirar fundo e abraçar com profundidade é um santo remédio em todas e quaisquer circunstâncias. Lembre-se disso. Portanto, a mão que balança o berço é a mão que comanda o mundo...

Fugas são a principal causa de sumiço de crianças e adolescentes, sendo que 57,3% voltam para casa ou são localizados, mostra estudo


As fugas são a principal causa do desaparecimento de crianças e adolescentes, segundo estudo do projeto Caminho de Volta, da Faculdade de Medicina da Universidade de uSão Paulo (USP). Entre 302 casos analisados, com base nos boletins de ocorrência e em entrevistas com familiares, 73,2% são fugas. Do total de desaparecidos, 173 (57,3%) voltaram para casa ou foram localizados. Sete estavam mortos. Em entrevista aos psicólogos do projeto, 84 meninos e meninas contaram por que fugiram: 33% disseram que a fuga foi motivada por conflitos familiares e 25% queriam viver uma aventura. Em menor escala, 10,7% declararam terem sido vítimas de violência em casa e 4,8% de abuso sexual.“A partir do levantamento e das entrevistas, foi possível perceber que os meninos começam a fugir muito cedo, a partir de 8 anos. Já na adolescência, são as meninas que mais fogem: duas vezes mais do que garotos, com idades entre 14 e 17 anos”, diz a psicanalista Claudia Figaro Garcia, coordenadora de psicologia do Caminho de Volta.Pelo menos 32,1% dos entrevistados tinham algum tipo de distúrbio de conduta, a maioria relacionada ao uso abusivo de álcool e drogas. “Existem muitos fatores que podem motivar a fuga, mas a relação com o uso de drogas é hoje muito presente. Acaba sendo um estimulante para sair de casa. A internet, com acesso a todo tipo de informação, para o bem ou para o mal, também exerce grande influência sobre o adolescente. Por isso, o diálogo entre pais e filhos é cada vez mais importante”, diz a psicóloga Lourdes Gigliotti, voluntária da organização não-governamental Mães da Sé (www.maesdase.org.br).
“O segredo é buscar o entendimento. Criticar e brigar só vai fazer com que queiram sair de casa novamente”, completa a psicóloga. A maioria das meninas (71,8%) e dos meninos (64,4%) entrevistados é reincidente - há quem tenha fugido 23 vezes. Durante a fuga, 56,5% dos meninos ficaram na rua e 17,9% foram acolhidos por desconhecidos, enquanto a maioria das meninas recebeu abrigo de familiares (55,6%) e apenas 15,6% delas ficaram na rua. Os meninos sobreviveram como pedintes (17,9%) ou furtando (7,7%). Entre as meninas, a proporção é de 8,9% e 2,2%.
“O desejo de obter imediatamente o que se quer e a dificuldade de se submeter às frustrações ou adiar seus planos podem levar a criança ou o adolescente a optar pela fuga de casa, arriscando-se”, diz o estudo. Embora reconheçam a dificuldade de apontar com segurança as razões da fuga, os pesquisadores atestam que “pais proibitivos, muito exigentes ou fragilizados não possuem modelos internalizados que lhes garantam segurança para dizer ‘não’, além de temerem perder o amor dos filhos”.
Isso não significa deixar de impor limites aos filhos, como alerta o psicólogo Marco Antonio de Tommaso. “O adolescente é contestador e acredita no mito da invulnerabilidade, ou seja, acha que nada irá acontecer com ele. Os limites, desde que negociados, representam segurança. Eles têm de aprender o que podem e o que não podem fazer e os motivos”, diz o especialista. Ele sugere aos pais corrigir o comportamento dos filhos, e não a personalidade. “Não chame o adolescente de preguiçoso. Apenas exija que faça a lição de casa. Nessa idade, eles são muito sensíveis a críticas e têm uma auto-estima oscilante.”
Os casos analisados foram registrados na capital pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e em oito postos da Polícia Judiciária do Interior (Deinter), entre setembro de 2004 e maio de 2006. No período, desapareceram 177 meninas e 125 meninos. Além de tentar apontar as causas dos desaparecimentos, o Caminho de Volta mantém um banco de DNA, para permitir a identificação dos que são encontrados mortos ou anos depois. Desde abril, o projeto atende famílias de crianças e adolescentes desaparecidos ( 3311-3550 e 3061-7589 e www.caminhodevolta.fm.usp.br).
FONTE: O ESTADÃO
POSTADO POR: MARINA CELESTINO